Lágrima de Preta, de António Gedeão
Encontrei uma preta
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaiobem esterilizado.Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
1 comentário:
Meu lindo, que poesia belissima, maravilhosa, estou deveras emocionada. Só agora pude conhecer seu lindo e charmoso espaço.
Puxei no google, poesia do dia Internacional da Discriminação Racial e veio esta pérola. Coloque seu lindo blog para funcionar que vai chover seguidores. Vou fazer a maior propaganda de suas poesias, pois você merece. Adorei !
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